Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
PAULO FREIRE
domingo, 24 de junho de 2012
RELATO DA PROFESSORA TEREZINHA DA SILVA DINIZ OLIVEIRA
Eu não gostava de estudar, mas admirava um professor transmitir seus conhecimentos numa sala de aula. chegava até imitá-los.
Com 17 anos já tinha uma escolinha particular com poucos alunos que cobrava a quantia que o mesmo podia pagar, e com essa atitude me sentia muito feliz e segura para ensinar uma classe em escola pública. Fui convidada pelo senhor prefeito Romualdo Carneiro para lecionar no sítio Cirurgião na casa do Sr. José Chagas cunhado do prefeito; não foi fácil lidar com pessoas de costumes diferentes, para deslocar da minha casa tinha que ir a pé ou a cavalo, tudo era muito difícil, não tinha recursos escolar, como o quadro negro e o giz. Os alunos não tinham lápis, cadernos e nem livros. Muitas vezes levava-os para debaixo de uma árvore que tinha em frente a casa e com pedaços de madeira que servia de giz e o chão como quadro, lá fiquei apenas 6 meses.
Logo em seguida fui convidada para assumir uma escola como serviços prestados ficando por 8 meses. O Estado não me pagou, mas foi válido porque ganhei muita experiência e convivi com pessoas maravilhosas no sítio Bomburral em casa de Marcelino Cavalcante.
Em seguida, fui para o sítio Várzea e montei uma escolinha particular com 30 alunos, todos adultos e fiquei um ano lecionando.
Como o desejo de ser professora falava mais alto, conquistei a amizade e confiança dos professores da Escola Pe. Bernardino Fernandes e ficava aguardando alguém tirar licença ou ficar doente para ocupar seus lugares o tempo que fosse necessário. Isso, apenas com o 1º grau incompleto.
Me casei e fiquei um ano em São Paulo, logo voltei pra minha terrinha e fiquei mais 3 anos no sítio Várzea Grande, sonhando em concluir o 2º grau e ingressar numa faculdade e ser um verdadeiro professor com mais conhecimentos e segurança. Como não foi possível, ingressei no curso LOGOS pois equivale ao 2° grau e conclui. Recebi mais um convite para ser Supervisora do MOBRAL ( Movimento Brasileiro de Alfabetização ) o objetivo do curso era erradicar o analfabetismo no Brasil , isso não foi possível pela não aceitação do aluno e , assim fiquei 10 anos voluntariamente só por amor a profissão.
Em 1982, fui enquadrada na Escola Pe. Bernardino Fernandes e com amor assumi até me aposentar com muita dificuldade, pois não existia a facilidade que hoje vejo, mas existia uma coisa muito precisa amor e respeito entre alunos para com o professor
Hoje sou aposentada e meu nome é: Terezinha da Silva Diniz Oliveira e moro em Marcelino Vieira-RN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário